A criação do Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro desde 2007 (conforme instituído pela Lei 11.584/2007), teve como principal objetivo promover a conscientização da sociedade sobre a importância do nobre gesto, cada vez mais necessário, uma vez que o transplante de órgãos é a única esperança de vida de um paciente, podendo representar um recomeço de vida.

É preciso destacar que existem regras rígidas para que a doação de órgãos aconteça e conhecê-las é o primeiro passo para se declarar um doador de órgãos e tecidos.

Como funciona?

A doação de órgãos e tecidos do Brasil é regida pela Lei 9.434/1997. O texto garante que a doação só pode ocorrer caso um paciente tenha constatada morte encefálica, condição que significa perda completa e irreversível das funções cerebrais. Esse diagnóstico tem procedimentos rígidos de avaliação, conforme determinação do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Podem ser doados os seguintes órgãos: coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim, córnea e tecidos, o que inclui pele, osso, cartilagem, tendão, córneas e valvas, entre outros. Nem o doador e nem a família têm o direito de escolher o receptor. Exames laboratoriais são realizados para verificar a compatibilidade do órgão com os pacientes na lista de espera mantida pela Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO).

O Brasil é considerado referência mundial em transplantes e o sistema público do país é o maior do mundo e isso nos coloca na segunda posição mundial em número absoluto de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos. Os números, porém, poderiam ser  melhores se houvesse maior conscientização por parte da sociedade, tornando, assim, fundamentais as campanhas de promoção do debate sobre o tema.

Como se tornar um doador de órgãos e tecidos?

Ainda que em vida você se declare um doador de órgãos e tecidos (essa informação deve constar na sua cédula de identidade), a legislação brasileira prevê que esse tipo de procedimento só pode ser realizado se houver concordância por parte dos familiares. Portanto, mais do que se declarar um doador, é de suma importância que você conscientize seus familiares sobre a sua vontade.

Diferentemente do que muitos possam imaginar, após a retirada dos órgãos o corpo não apresenta nenhuma deformidade. Isso significa que não há a necessidade de fazer sepultamentos especiais, em caixões fechados ou algo do gênero. Tudo ocorre normalmente, de acordo com o desejo dos familiares.

Além disso, algumas pessoas poderão não estar aptas para a doação de órgãos e tecidos. É o caso dos pacientes com algumas das características a seguir:

– Portadores de doenças infectocontagiosas, como soropositivos ao HIV, hepatites B e C, Doença de Chagas, entre outras.
– Pessoas com doenças degenerativas crônicas ou tumores malignos.
– Pacientes em coma ou que tenham sepse ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas (IMOS).

Doar órgãos ajuda a salvar vidas. Se você tem vontade de ajudar, mas ainda está inseguro com relação aos procedimentos, converse com um médico para tirar todas as suas dúvidas. 

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