Você já deve ter recebido uma mensagem que circula pelo WhatsApp sobre o uso de farinha de trigo para tratar queimaduras e ficou na dúvida se o produto é realmente indicado nesses casos. Na mensagem, o autor afirma que aprendeu a técnica com um morador do Vietnã e que o ingrediente é infalível para controlar a dor, não deixar bolhas e, ainda, evitar manchas na pele.

O Dr. Eduardo Chem, cirurgião plástico e Diretor do Banco de Pele da Santa Casa de Porto Alegre, alerta que a informação é falsa e a aplicação da farinha sobre as queimaduras pode dificultar o diagnóstico e agravar a situação.

No atendimento médico, será necessário remover toda a farinha por meio de um procedimento bastante dolorido, que poderá danificar ainda mais pele e atrapalhar a cicatrização. Além disso, o produto poderá estar contaminado por fungos ou bactérias capazes de provocar uma infecção.

Outra recomendação da mensagem é armazenar a farinha de trigo na geladeira para ser aplicada em casos de queimaduras. Essa dica também não é válida, porém faz sentido pois o contato com algo frio diminui o estímulo para o sistema nervoso, que é responsável pela sensibilidade, aliviando a dor.

Assim, a orientação é lavar o local com água corrente em temperatura ambiente. Nunca use água fria, gelo ou outro produto. A água ameniza a dor do paciente sem prejudicar o diagnóstico ou agravar a situação. Apesar de proporcionar uma sensação momentânea de alívio, o gelo também queima, provocando uma queimadura ainda maior.

O Dr. Chem destaca que outras receitas caseiras, como aplicar pasta de dente, pó de café, clara de ovo, extrato de tomate, manteiga ou tantas outras que você já deve ter ouvido, não tratam o ferimento e podem piorar a situação.

O que fazer, então?

Após higienizar o local com água, deve-se buscar imediatamente atendimento médico. É aconselhável cobrir a queimadura com gaze para evitar contaminação e fazer o curativo utilizando vaselina líquida para que não fique colado no ferimento e precise ser arrancado depois.

Nas queimaduras com formação de bolhas, é importante não furá-las porque estão protegendo o ferimento dos micro organismos no ambiente. Em situações mais graves em que as bolhas se rompem, os tecidos ficam expostos ou a região fica carbonizada, é necessário solicitar atendimento médico de urgência.

Cuidado com fake news

Com a disseminação rápida de informações pelas redes sociais, aumentam as chances de transmitir notícias falsas como essa. Portanto, antes de compartilhar qualquer informação para amigos e parentes, é necessário verificar se o conteúdo é confiável. E, sempre que tiver dúvidas, consulte um médico de sua confiança. Este é o profissional indicado para prestar as orientações e esclarecimentos sobre a sua saúde.

Fonte: Gazeta do Povo, Gaúcha ZH e Assessoria Dr. Eduardo Chem

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